sexta-feira, 11 de março de 2016

Arquitetura Darwin

Lázara, a agente de viagens do Cerrado, nos enviou uma mensagem pelo celular que só lemos ao posar: “Bleno vai buscá-las”. Bleno ou Breno - essa era a questão! Todo mundo digita errado no celular, mas o R tá a quilômetros do L no teclado! Era Bleno, mesmo! Ele nos pegou em um carrinho de passeio. A noiva veio junto, muito provavelmente para garantir que nenhuma das cariocas iria roubar o homem dela. É justo ser precavida nos tempos de hoje. Assim, depois de cinco horas de voo fomos, as três que temos ombros largos, compactadas no nosso transfer de Palmas para Ponte Alta. E é chão. 

Chegamos às duas da madrugada, horário que faz de qualquer cama um paraíso. Enfeitando o lençol, que era econômico no número de fios e também na largura e comprimento, um regalo de cortesia. Adoro brindes, falo logo. Tenho essa mania, como diria JC “de pobre” de guardar shampoos, sabonetes e hidratantes de hotéis. Uma vez trouxe uns dez vidrinhos de geleia (ou melhor uns quinze ou seriam vinte?) de uma viagem a Paris. Sabem o que fiz com eles? Guardei todos no armário da dispensa e fiquei ali colecionando-os. Ai Marlene, nossa cozinheira (também conhecida como a “rainha do cangaço” pela delicadeza) quando tinha aquela larica de doce, pegava um daqueles miniaturas de confiture Bonne Maman e comia com o dedo. Muito chique! 

Mas mesmo para uma colecionadora compulsiva como eu, os brindes da pousada eram o fim! Ganhariam o top ten na categoria mixuruca. O kit surreal, sem assinatura de Salvador Dalí, era composto por: um carpaccio de sabonete, que pela espessura podia ser confundido com uma hóstia consagrada, e um caramelo! Os sabonetes por lá ficaram, mas a minha caçula traçou as balas. 

Como não tinha armário, Júlia decidiu guardar as roupas nas prateleiras da geladeira. O que não foi uma boa ideia, porque dias depois a Isabel decidiu guardar mortadela no mesmo local... 

Quando era adolescente, com amigos durangos kids, tive a oportunidade de descobrir que o mundo da hotelaria não se resumia a classificação das cinco estrelas. Existe um alfabeto inteiro abaixo de uma estrela. Um conhecido morou em um hotel que era classificado com a letra D... e vou poupá-los da descrição do quarto. 

Onde secar as toalhas? Certas questões simples do dia a dia, algumas vezes se tornam complexas, quando a arquitetura não está a nosso favor. Estando as paredes da nossa pousada um pouco úmidas, os ganchinhos do banheiro se soltavam com o peso das toalhas.  Onde secar as roupas molhadas? Lázara, a agente de viagens do Cerrado, solucionou a questão de forma digamos original, dando a ideia que pendurássemos nossas coisas no fio da internet. E, verdade seja dita, a internet nunca caía!

Um comentário: