O autor do choro Carinhoso veio ao mundo no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com
a responsabilidade de carregar o nome do pai, Alfredo da Rocha Vianna Filho,
mas de pronto abandonou o nome da certidão. A avó Ediwirges apelidou-o de
"Pizindin", que era como chamavam os pequenos bons lá na África. Já
para os camaradas da rua no Catumbi, era o “Bexiguinha”, por causa das marcas
deixadas em seu rosto pela varíola. Juntaram-se os dois apelidos, e nasceu
Pixinguinha.
Outro menino comportado, Zé Quietinho ou Zé Quieto, compôs “A voz do morro” e virou Zé Kéti. A letra K era vista como de boa sorte para a carreira, haja visto os estadistas Kubitscheck, Krushev e Kennedy (esse não teve tanta sorte assim, mas...)
Espera-se que aquele que batiza um filho dê a ele um bom nome. O irmão da MM, por exemplo, apelidou o cão vira-lata de Jacaqueroaga para prestar uma homenagem tupiniquim ao escritor norte-americano Jack Kerouac. Como o pai dessa família – o avô do cão – não sabia dirigir, Jacaqueroaga não viajava doidão pelas estradas americanas, apenas passeava pela Rui Barbosa, de certo balançando o rabo.
Existem pais ternos que, cheios de amor no coração, escolhem um nome lindo para o seu bebezinho. Aí a vida dá uma cambalhota e o nome que era amoroso, elogioso ou mesmo bíblico, de uma hora para outra, ganha outra conotação. Foi assim com a Chana.
Chana, em hebraico, significa "graciosa,
misericordiosa". Na Torá, Hannah, esposa de Elcanã, sofria por não
conseguir dar ao marido uma criança, enquanto a outra esposa do sujeito tinha
sete filhos. Angustiada por sua esterilidade, rogou a D'us que a abençoasse. Deu à luz um menino, a quem chamou
Samuel, cujo significado é "Eu o pedi (tomei emprestado) a D'us".
Como vocês podem ver, Chana era um lindo nome hebreu até, sabem os céus por que motivo, tornar-se, aqui onde caetés comem bispos, mais um dos muitos apelidos da perereca. Aliás, órgãos genitais devem ser os campeões de apelidos, seguidos a quilômetros de distância pelo demo e pela morte. Perseguida, periquita, capô de fusca, chiquitita... Desde que a serpente apareceu na história, o povo gostou dessa coisa de se conhecer biblicamente e de falar sobre o assunto.
Amei o texto rsrs. A mãe que colocou o nome em sua filha, jamais imaginou que este teria este sentido tão polêmico rsrs.
ResponderExcluirhahahahaha adorei!
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